Labirinto

Escrevo-lhe... pensando nos detalhes. Moça, você é cheia deles. Penso num labirinto, no qual encontrar o centro não é tortuoso, e sim prazeroso: o que vale são os corredores, repletos de tuas características… quero passar por cada um. Algumas passarelas são vivas, cheias de luz, onde ressoa o som de seu riso, quase impedindo-me de continuar, logo que sinto-me a vontade ao vê-la sorrindo em quadros nas paredes. Outros corredores são cinzentos e difíceis de encontrar, lugares onde esconde suas dores e a ouço chorar, espaços em que me recuso a sair sem te dar um abraço, permanecendo até o sol romper as nuvens negras e secar suas lágrimas. Há passagens completamente escuras, e nelas só é audível o seu clamor por socorro, pois perdeu-se dentro de si – de suas inseguranças, medos do futuro e presente, de suas dúvidas; pego uma lanterna e, entregando-a a ti, seguro a sua mão, para mostrar que não está sozinha. Existem trechos pintados de vermelho, onde ecoam os seus gritos de raiva; nesses lugares eu tomo cuidado, deixando-a extravasar o seu ódio antes de fazer alguma graça e falar que não é pecado irar-se, contanto que não machuque ninguém. Moça, a verdade é que passar por cada corredor seu é fantástico, vale a pena para chegar ao centro: seu coração. Afinal, até isso acontecer, já o conheci.

Por @alan_kdsg

19 DE ABRIL DE 2018

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